Presidente diz que gols do Flamengo serão de Adriano e Petkovic
Marcio Braga foi o presidente do primeiro título brasileiro do Flamengo. E está perto de ser o do sexto. Nesta conversa exclusiva ao L!, o dirigente se mostra mais contido e cauteloso. Quer manter o time concentrado e considera que o empate com o Goiás foi bom para que o Fla triunfasse.
Nelson Ayres: Em 1992, o Flamengo ganhou do Botafogo por 3 a 0 e a semana foi de festa na Gávea. Desta vez, o senhor resolveu blindar o time. Por que?
Porque eu acho que a alegria que toma conta de nós, rubro-negros, desarma e tira a concentração no jogo. Eu tive as duas maiores decepções de minha vida no Flamengo neste mandato. Eu jamais podia imaginar perder um campeonato nacional no Maracan ã lotado para um time da segunda divisão de São Paulo (Santo André). E a outra foi perder para o América-MEX depois de ter vencido lá. Ambos, devido à falta de concentração. Temos de ficar concentrados. Não é fácil ser campeão. Não podemos perder por qualquer detalhe. Foi tema da minha conversa em Campinas.
O que ganha jogo é concentração. Contei para eles sobre o Fla-Flu de 1983. Houveumafalta no Adílio, na intermediária do Flu. O juiz inverteu a falta. Ele, ao invés de ficar em frente a bola, foi reclamar com o juiz e desconcentrou o time todo. A bola foi para o Assis e perdemos o título.
NA: Na conversa com o time, como viu o ânimo dos atletas?
O grupo émuito unido. Aquele empate com o Goiás eu achei bom. Só uma pessoa pensou igual: o Isaías Tinoco (gerente de futebol). Se ali o Flamengo ganhasse, ninguém iria segurar a torcida. A festa iria começar ali e não acabaria. E o campeonato não havia terminado. Não achei ruim aquele empate. Ele significou este momento, em que vamos poder pegar a taça.
N A: Mas não foi um risco muito grande empatar em casa?
Eu não vou lá para torcer para perder, né? Mas acho que o resultado foi bom.
N A: E este movimento para o Grêmio entregar o jogo?
Não é ruim nem bom. Vou conversar com os jogadores e dar o exemplo do fim de semana passado, quando a torcida do Corinthians gritava: “Entrega, entrega, entrega”. Não foi o que nós vimos em campo. Eles lutaram até o fim, brigaram pela bola. Isso de dizer que já ganhou, que vai entregar, não é verdade.
N A: Se o Flamengo vencer domingo, ele é hexacampeão?
Não há dúvida.
N A: Mas o Sport disse que vai processar quem disser que o Flamengo é hexa…
Vai ter de processar o mundo inteiro, né? Isso é uma questão para a CBF. Tem de perguntar ao Ricardo Teixeira por que ele não entrega a Taça das Bolinhas… Deve existir uma razão legal. No sentido fático, o Flamengo será hexacampe ão. Reconhecido por todos os clubes que disputaram aquele campeonato e pelo povo. Não sei o que falta mais.
N A: Quem são as pessoas que têm uma ligação maior com o presidente?
Andrade, Isaías Tinoco e Eduardo Manhães (diretor-executivo). O Flamengo deve esta campanha aos três que citei e à comissão técnica. São todos funcion ários do Flamengo com carteira assinada. Não tem ningu ém de fora. Quando eu for receber a taça eu vou levar os três comigo, representando todos os outros da comissão técnica. Foram eles que formularam a política, que fizeram as normas, que conduziram o grupo.
N A: Qual é a importância do Marcos Braz?
É um rapaz novo que compreendeu a situação e fez o papel dele. Sem estrelismos, sem ufanismos. Pegou o time perto do rebaixamento e chega na penúltima rodada com dois pontos na frente do segundo colocado.
N A: O senhor prefere o Grêmio com titulares ou reservas?
Acho que eles vêm inteiros.
NA: Isso é bom ou ruim?
Não sei. É mais um adversário. Temos de ganhar deles.
NA: De quanto o Flamengo vai ganhar?
De 2 a 0. Um gol do Adriano e um do Pet, de falta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário