quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Élcio Álvares tenta salvar Vaillant e prejudica a imagem da Assembleia


O deputado Robson Vaillant (DEM) pode se salvar da denúncia de esquema rachid em seu gabinete graças a uma movimentação do presidente da Assembleia, Élcio Álvares. Isto porque Élcio, que é presidente estadual do DEM, estaria pressionando a Corregedoria da Casa a atenuar a punição ao correligionário.

Desde que a denúncia chegou à Assembleia a posição de Elcio tem sido questionada pelos meios políticos. Primeiro porque a Mesa preferiu ouvir o deputado antes de tomar qualquer atitude. Não houve nenhum tipo de restrição ao deputado, mesmo com a denúncia tendo partido do Ministério Público Estadual (MPES).

Depois do impasse para a escolha do relator do caso na Corregedoria, que acabou ficando com o corregedor-geral, Cacau Lorenzoni (PP), e a notícia de que só duas testemunhas seriam ouvidas pelo órgão, a expectativa de que Vaillant tenha uma pena leve se acentuou.

Cacau tem um perfil apaziguador e, na Casa, os colegas de plenário não acreditam que o parecer dele no caso seja pela pena máxima, no caso, a perda do mandato. Além de Cacau, quem também estava cotado para assumir o relatório era o deputado Wanildo Sarnaglia (PTdoB). Mas, caso Wanildo fosse o relator, a expectativa era de que a punição fosse mais dura.

Enquanto o impasse sobre o caso de Vaillant continua, a imagem da Assembleia fica mais desgastada. Desde a legislatura passada, quando sete parlamentares foram acusados de participação no esquema das associações, sem que ninguém fosse punido, a classe política e a população não acreditam no julgamento político feito pelos deputados em relação aos colegas.

Nesta legislatura, três deputados tiveram os nomes envolvidos em escândalos de repercussão. Além de Vaillant, os deputados Eustáquio de Freitas (PSB) e Wolmar Campostrini (PDT), mas nenhum deles foi punido. Como o próximo ano será eleitoral, os deputados estarão mais preocupados com suas bases eleitorais do que com a punição dos colegas flagrados em desvios de conduta ética.

Vaillant foi acusado de improbidade administrativa, em outubro passado, pelo MPES, pela prática de rachid. Segundo a ação, o parlamentar coagia servidores para entregar parte dos vencimentos no gabinete, sob ameaça de exoneração.

O deputado é acusado de manter um assessor pago pela Assembleia Legislativa à disposição na sede da igreja Universal do Reino de Deus. Ele também teria contratado sua empregada doméstica como assessora do gabinete. E estaria retendo parte do salário dela.


Renata Oliveira



Fonte: Século diário

Nenhum comentário:

Postar um comentário