sábado, 5 de dezembro de 2009

A imprensa é a responsável por criminalizar os movimentos sociais


Foi divulgado nesta semana um relatório da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH) que denuncia tentativas de criminalização dos movimentos sociais no Rio Grande do Sul, e faz 28 recomendações a instituições do governo do Estado (entre elas a Brigada Militar) e ao Ministério Público Estadual. São apontados, no relatório, diversos casos que comprovam a prática, como o assassinato do integrante do MST Élton Brum e o fechamento das escolas itinerantes do movimento. A conclusão é de que, desde 2005, a ação repressiva vem em um crescente expressivo. O relatório faz críticas ao governo Yeda Crusius (PSDB), à Brigada Militar e ao Ministério Público Estadual, e pede mudanças.

Onde saiu essa notícia? A Zero Hora e o Correio do Povo não deram uma linha sobre o assunto. A reportagem, da repórter Bianca Costa, foi publicada na Agência Brasil de Fato, e reproduzida pelo site da Revista Fórum. A grande imprensa mais uma vez calou. Mas não sem motivo.

Da mesma forma que MPE, governo estadual e Brigada Militar, os grandes veículos de comunicação fazem parte da estratégia de criminalização dos movimentos sociais. E possuem, nesse sentido, um papel ainda mais atuante do que as outras instituições citadas. Os ataques da grande imprensa são constantes, quase diários, e criam uma atmosfera constante de enfrentamento entre instituições e movimentos sociais e, especialmente, entre estes e a sociedade. Essa tensão entre movimentos e sociedade é mais um agente a impulsionar a violência institucional, e é criada e reforçada pela grande imprensa.

Não tive acesso aos relatórios da SEDH, mas o que a leitura da reportagem dá a entender é que não há referências às ações da imprensa. Se realmente for o caso, é uma falha grave, pois deixa de fora o principal agente repressivo e tira importância da principal arma de repressão e criminalização: a palavra.

Jornalismo B


* O mais novo escândalo político brasileiro tem demonstrado mais uma vez as sutilezas manipulativas de alguns veículos. A Folha de São Paulo, o jornal O Globo e o site G1, entre outros, têm se referido ao caso como “mensalão do DEM”. Enquanto isso e já meses atrás, se referia e se refere ao outro caso de mensalão – com denúncias contra o senador do PSDB, Eduardo Azeredo – como “mensalão mineiro”. Por que um é ligado ao partido e o outro não? Não seria “mensalão do PSDB”? As eleições estão aí…

Alexandre Haubrich

Fonte: DESABAFO BRASIL

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