sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Tozi não dá explicações sobre patrimônio: apela para ataques a Euclério


Acuado pelas denúncias de aumento indevido de seu patrimônio, o secretário de Saúde, Anselmo Tozi (foto), resolveu adotar um expediente pouco ortodoxo. Ao invés de explicar a escalada de bens, Tozi decidiu partir para o ataque contra o deputado estadual Euclério Sampaio (PDT), autor das denúncias. Ele recorreu ao MPES para apurar as “agressões”.

As rusgas entre Euclério e Tozi começaram no segundo semestre deste ano, quando o pedetista resolveu atacar a gestão da Saúde no Espírito Santo. O tiroteio começou na tribuna da Assembleia Legislativa e logo estampou as manchetes dos jornais locais. Os ataques de Euclério se basearam no aumento vertiginoso do patrimônio de Tozi desde que assumiu a pasta.

Antes da mais recente representação, o secretário já havia entrado com uma ação civil de indenização por danos morais em função de uma série de discursos no Legislativo. Contudo, em nenhuma das acusações, Tozi apresentou na defesa de onde sairão os recursos para compra. O secretário sempre resumiu o caso à vida regrada com as finanças. Para ele, "todo seu patrimônio está absolutamente declarado e são economias de toda a vida".

No entanto, o deputado bate na tecla de que, antes de assumir a Secretaria de Saúde (Sesa), ainda no primeiro mandato do governo Paulo Hartung, Tozi – quando ainda era grafado como Tose – tinha apenas um apartamento no edifício Ilha de Vitória e metade de outra unidade no mesmo edifício. Para o pedetista, a desconfiança começa quando o secretário apareceu como um dos donos de uma empresa de corretagem imobiliária, a SMT Empreendimentos e Participações Ltda., da qual detém 80% do controle societário.

De acordo com o deputado, no endereço que consta como sede da empresa (rua Aleixo Neto, 322 – sala 710 – Santa Lúcia - Vitória), na verdade funciona um consultório de psicologia. A empresa foi aberta em 14 de outubro de 2008. “De fato, um dos sócios da SMT, Paulo Sérgio Silva, é um dos psicólogos que atendem no endereço. Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra. Isso abre indícios para suspeitarmos que a SMT é uma empresa de fachada”.

Nas denúncias, Euclério lembra ainda que, na função de secretário de Estado, Tozi não poderia ser administrador de uma empresa. “Isso é crime. Está na Constituição, Lei 8112/1990. Isso já era um motivo mais do que suficiente para o governador ter afastado o Tozi da administração pública”, declarou à reportagem de Século Diário, em julho deste ano.


Fonte: Século Diário



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