Foto: Reprodução TV Vitória |
Com faixas e cartazes nas mãos os moradores percorreram toda a orla de Itapoã e Praia da Costa, em Vila Velha, na tarde deste domingo (14). Acompanhados por um carro de som, eles protestavam contra os danos ambientais gerados por duas obras: a dragagem do Porto de Tubarão e a instalação de uma rede de alta tensão no bairro Parque das Gaivotas.
O ambientalista Lupércio Barbosa foi um dos organizadores da manifestação e afirma que a população é a mais prejudicada com a dragagem. "Essa é uma luta antiga dos moradores da Praia da Costa que se extendeu a forum popular. O objetivo é impedir que 15 milhões de toneladas de metros cúbicos de material de dragagem - contaminado com metais pesados - seja jogado a partir de 7km da praia, o que envolve serios riscos para a população que vai acabar se contaminando", afirma o especialista.
Foto: Reprodução TV Vitória |
O pescador José Fernando dos Santos contou que está com as redes vazias e os barcos parados. Segundo ele, não é possível encontrar peixes nas proximidades. "A dragagem está afastando os peixes. Hoje está acabando tudo. O pexei que eu vendo vem de Piúma, Bahia, Rio. Nós estamos parados aqui. A poluição está acabando com tudo", desabafa José Fernando.
Bota-fora"
O "bota-fora" de resíduos do Porto de Tubarão, também é questionado pela população. De acordo com o diretor da Associação de Moradores de Praia das Gaivotas, Anselmo Assis, cerca de 11 milhões m³ do que ele diz ser "lama tóxica" serão jogados em alto-mar e levados pela maré às praias de Vila Velha, poluindo o meio ambiente.
"Estão permitindo que seja retirada lama tóxica do canal de Vitória e derramado no litoral de Vila Velha, poluindo as nossas praias", afirma.
A moradora de Itaparica Marineide Coutinho diz que a responsabilidade é da empresa Vale
"Estão permitindo que seja retirada lama tóxica do canal de Vitória e derramado no litoral de Vila Velha, poluindo as nossas praias", afirma.
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Em agosto deste ano, quando os postes de 27 metros de altura já estavam sendo instalados, os moradores realizaram outro protesto em relação à rede de alta voltagem.
O diretor da Associação de Moradores de Praia das Gaivotas, Anselmo Assis, diz que os fios da rede de 138 mil volts e com 4,8 quilômetros de extensão passarão ainda pelos bairros Novo México, Guaranhuns, Jóquei de Itaparica, Praia de Itaparica, Coqueiral de Itaparica, Santa Mônica e Boa Vista.
Mas os moradores da região não concordam com a obra da EDP Escelsa e dizem que há riscos à saúde e de acidentes. Eles querem que os cabos passem no subterrâneo. "Essa linha é prejudicial para a nossa saúde e todas as pessoas que passarão por baixo dela. Nós queremos que essa linha seja subterrânea", diz Assis.
A gerente de farmácia Marineide Coutinho, moradora de Itaparica, está preocupada. "Tenho muito medo de estacionar embaixo de um fio de alta tensão e acontecer como já aconteceu em Vila Velha aquele incêndio com quatro carros. É muita insegurança para a gente e para nossos filhos".
Na ocasião o gestor executivo de planejamento da EDP Escelsa, João Bosco Anício, disse que a obra não representa riscos à população, nem mesmo em relação à queda de fios. "É um risco remoto. Não temos na Escelsa nenhum caso de queda de cabos desse tipo de estrutura na sua faixa de servidão", afirmou.
De acordo com a Associação de Moradores de Praia das Gaivotas, uma reunião para tratar do assunto foi marcada com a participação do Ministério Público Estadual para a próxima terça-feira (16).
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